Essa é uma boa pergunta. Recentemente, um dos nossos seguidores enviou uma postagem de um concorrente em uma das redes sociais. Confesso que fiquei um pouco chocada com o conteúdo da postagem: era ensinado o uso de gíria para você dizer a mesma coisa que havia sido dito em uma frase com linguagem mais formal. O problema é que a frase, além de gírias, continha também palavrões, porém em nenhum momento foi dada a orientação da inadequação do uso em determinadas situações, dentro do contexto cultural turco.
Na cultura brasileira, a gente até pode ter mais liberdade para falar determinados termos de baixo calão ou expressões chulas – e isso dependendo muito da situação – mas o seu uso não se dá do mesmo modo na cultura turca e principalmente se isso sair da boca de uma mulher!
Ah sim, para que não haja equívoco de alguém comentar “Luciane, mas será que é assim mesmo do jeito que você está dizendo?” eu perguntei para o Mustafa – sim, o meu marido, que é turco e que vocês conhecem muito bem 😊 – e ele ficou extremamente chocado quando ouviu o meu relato:
“- Como assim? Como ensinar esse tipo de coisa? Esse tipo de expressão nunca saiu nem da minha boca! E olha que eu sou homem…”
Tá, mas e nas novelas?
Existem sim novelas, seriados e programas de comédia turcos em que há muito uso de palavrões (pesados), mesmo por mulheres, porque o exagero e o inusitado são características do gênero comédia. Compare com outros gêneros de produções turcas (programas de auditório, filmes de ação, drama, noticiários etc.) e observe o tipo de linguagem usada. Você vai constatar a presença de gírias, expressões idiomáticas e, dependendo do gênero escolhido, palavrões sendo ditos apenas por homens e acobertados por um sonoro “piii”, se estiver sendo exibido em algum canal turco.
Então, gente, só digo uma coisa: é preciso critério, é preciso um olhar crítico, é preciso realmente orientação de alguém que tem experiência e que sabe a situação de uso de determinadas expressões, determinadas palavras e palavrões no idioma turco.
Vai ter quem comente que “melhor seria nem aprender palavrões”, mas e se alguém o insultar em turco, como você vai tomar conhecimento e quem sabe providências acerca disto? Leia o relato abaixo e vamos refletir juntos aqui sobre a importância de se saber palavrões, mesmo que você não os use.
Um casal de brasileiros (vamos aqui chamar pelos nomes fictícios de Jorge e Sabrina) que trabalha em uma empresa na Turquia e que tem aulas particulares com o meu marido decidiram alugar um barco para curtir um feriado prolongado. E eis que o turco que estava lá no barco com eles começou a soltar alguns palavrões, em turco, xingando deliberadamente o Jorge, crente de que ele não estivesse entendendo. O Jorge chegou nele, chegou junto mesmo, e disse educadamente: “Olha, já faz um tempo que eu estudo turco, e eu estou entendendo o que o senhor está falando, ok?” O cara se calou, sem graça.
Em outra situação, uma aluna evitou de ser molestada sexualmente por ter aprendido um palavrão no curso (algo que foi mencionado no sentido de pronunciar corretamente “ı” e “i” para se evitar de dizer um palavrão no lugar de outra coisa). Um homem a abordou, puxando-a pelo braço, quando ela estava na rua conversando ao telefone com o filho. Ela entendeu o que ele queria por causa do tal palavrão, então ela correu, entrou em uma loja para pedir ajuda.
O problema não é aprender ou deixar de aprender palavrões. O problema não é aprender ou deixar de aprender gírias. Você tem o direito de se apropriar da língua a que você se propôs estudar, e gírias e palavrões são elementos que fazem parte desse código linguístico.Mas apenas aprender não é o suficiente. É crucial que você saiba quando usar, em que momento usar e, sobretudo, quando não usar.
Conheça a nossa metodologia e escolha aquela que for mais adequada para você. Somos dois professores experientes e comprometidos com a jornada do aluno no aprendizado do idioma turco.
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Confira o vídeo sobre este assunto também em nosso canal no Youtube: https://youtu.be/sq_6A0GBwdY
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Texto redigido com a ajuda do software Fala que eu escrevo, desenvolvido por Daniel Carlos (https://danielcarlos.dev.br/).
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